Os polímeros reforçados com fibras (FRP) são um compósito formado pela combinação de fibras, que podem ser de carbono, vidro, aramida e basalto, responsáveis pela resistência mecânica e rigidez do compósito, e por uma matriz polimérica, uma resina termoendurecível de epóxi, poliéster ou éster vinílica, responsável por unir as fibras.
Com o FRP podem ser produzidas barras ou telas. As barras são produzidas por um processo automatizado denominado pultrusão, no qual as fibras contínuas são puxadas para um recipiente contendo resina e são impregnadas antes de passarem por um molde aquecido, onde se realiza a cura. No caso de barras dobradas, a dobra é realizada antes da cura da resina. Na saída do molde, as barras de FRP recebem tratamento superficial.
Já, as telas, elas são produzidas por meio de um processo contínuo e automatizado, no qual uma direção é formada por barras, enquanto na outra é composta por fibras entrelaçadas (nós ingleses), o que garante a conexão dos elementos.

As barras e telas vêm cada vez mais ganhando espaço no mercado da construção civil, porque elas apresentam elevada resistência mecânica, leveza e resistência à corrosão, fazendo com que o concreto armado com barras ou telas de FRP se apresente como boa alternativa às armaduras de aço e às telas metálicas, em razão do aço sofrer corrosão em ambientes agressivos, como os industriais, marinhos, com elevada amplitude térmica e umidade. As desvantagens do FRP são: menor módulo de elasticidade, natureza frágil, menor resistência mecânica em regiões de dobra e maior vulnerabilidade ao fogo e a altas temperaturas. Adicionalmente, o FRP pode sofrer degradação ao longo de sua vida útil por fotodegradação (ação de raios UV), por absorção de água (hidrólise, plastificação e inchamento) e por deterioração em ambiente alcalino (no caso de fibras de vidro).
O uso de FRP começou após a Segunda Guerra Mundial no setor aeroespacial. Na década de 1960, o FRP passou a ser utilizado como reforço para estruturas de concreto. Atualmente, ele é usado em tubulações, tanques de armazenamento subterrâneos, fachada de edifícios, componentes arquitetônicos, decks de pontes e estruturas de contenção à beira mar.
A RESEARCH AM (2024) estimou um mercado avaliado em 654,5 bilhões de dólares para as barras de FRP em 2022 e prevê crescimento anual de 10,6% deste mercado até 2032.
Para garantir o uso seguro das barras de FRP, normas para projeto e caracterização vêm sendo desenvolvidas no mundo, suportadas por grande volume de pesquisas, tais como: ASTM D8505/D505M-23; ISSO 10406-1; ACI-440.11-22; Anexo R do Eurocode 2 e a CSA S806:12. No Brasil, foram recentemente publicadas as normas técnicas ABNT NBR 17196 e NBR 17201. O artigo “As novas normas brasileiras para estruturas de concreto com barras de FRP”, publicado na edição 118 da CONCRETO & Construções, apresenta um resumo das principais orientações e recomendações dessas normas.
Com relação às telas de FRP, não existem normas ainda nem no Brasil nem no exterior, mas estudos para sua caracterização e dimensionamento estrutural. Um desses estudos é apresentado na edição 118: “A importância da caracterização mecânica bidirecional de telas de GFRP”.
Por sua vez, o FRP é avaliado na edição quanto a técnicas de reforço estrutural, nas quais mantas ou laminados são coladas externamente a vigas e lajes de concreto armado por meio de resina. O artigo “Reforço à flexão de vigas de concreto com laminados de CFRP: comparação entre sistema passivo e protendido em situação de serviço” compara este reforço passivo com uma técnica mais recente na qual o CFRP, além de colado, é fixado em suas extremidades por meio de ancoragem metálicas e chumbadores (reforço protendido).