A impressão 3D surgiu no final do século XX para produzir peças de tamanhos reduzidos a partir de modelos digitais. Com seu desenvolvimento, ela foi adotada pela indústria automobilística, espacial e médica para produção de elementos de alta precisão.
O processo de impressão 3D consiste basicamente de três etapas: criação do modelo digital e seu processamento (fatiamento do modelo 3D em camadas 2D), deposição do material em camadas (polímeros, metais, materiais cimentícios etc.) e cura do material para atingir as características físicas desejadas. Por se basear na adição de camada sobre camada para produção do produto, esse processo é chamado de manufatura aditiva.
Existem diferentes métodos para a manufatura aditiva, como o estereografia (deposição de material líquido em camadas que endurecem por meio de feixe de raios ultravioleta), sinterização seletiva a laser (deposição de material em pó, que se funde com o laser direcionado sobre ele), modelagem de deposição fundida (filamentos poliméricos são sobrepostos para formar o objeto), processo de impressão em jato de tinta em pó (pulverização de material ligante em um leito de pó) e construção por contorno (pórtico de impressão desloca bico de impressão depositando camada por camada).

Ao contrário de outros métodos, a construção por contorno (CC) é executada no local onde ficará o objeto produzido. Nele não há necessidade de fôrmas ou trabalhadores para a manufatura das paredes de concreto nem das lajes e pisos. Outras vantagens são: liberdade geométrica para formas complexas; redução de geração de resíduos no canteiro de obras; e redução do tempo de execução.
O sucesso da construção por contorno depende de muitas variáveis, especialmente as relacionadas com a dosagem da mistura cimentícia. Esta precisa levar em conta as características de bombeabilidade, extrudabilidade, pega e construbibilidade do concreto fresco. A dosagem da mistura precisa também considerar minimizar fissuras no elemento endurecido, garantir a aderência entre as camadas de impressão e reduzir a quantidade de poros no elemento.
Quanto aos equipamentos de impressão, podem ser um sistema em forma de pórtico, braços robóticos ou miniconstrutores.
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Leia o artigo publicado na edição 118 da CONCRETO & Construções “Evolução, métodos e materiais na manufatura aditiva aplicada à construção civil”.