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Decisões de engenharia são cruciais para reduzir a pegada de carbono

Pesquisa revelou as escolhas relacionadas ao projeto, materiais e construção que reduzem as emissões de CO2

Laje alveolar

A indústria da construção é responsável por mais de 10% das emissões globais de CO2, devido principalmente à produção de cimento e aço, cuja pegada de carbono pode variar mais de 100 kg CO2eq/m3.

Reduzir a pegada de carbono de estruturas de concreto é essencial para mitigar as mudanças climáticas, que já são sentidas por todos na forma de ondas de calor intenso, chuvas que trazem enchentes, maior frequência de furacões de maior intensidade etc.

Quais decisões de engenharia podem contribuir mais para reduzir as pegadas de carbono de uma estrutura de concreto armado?

Esta foi a pergunta que orientou a pesquisa de cientistas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Para respondê-la, os pesquisadores listaram as variáveis passíveis de serem influenciadas pelas decisões relativas ao projeto estrutural, ao fornecimento de materiais e à construção das estruturas de concreto, e calcularam a contribuição de cada variável para a variação total da pegada de carbono de uma estrutura.

Essa análise foi feita para dois cenários de formulação do concreto: no primeiro cenário, usou-se apenas o concreto convencional; já, no segundo cenário, além do concreto convencional, foi usado um concreto inovador (alto teor de fíler em substituição ao ligante e baixo teor de água).

Fatores determinantes para a pegada de carbono das estruturas de concreto armado

A pegada de carbono de uma estrutura com concreto convencional variou de 162 a 324 t CO2eq.

Diagrama dos fatores com influência na variação da pegada de carbono da estrutura com concreto convencional

O fator que mais contribuiu para esta variação foi a escolha do tipo de laje (variação de 59%). O resultado demonstra a importância do projetista estrutural na definição da pegada de carbono dos edifícios.

O segundo fator mais importante foi a pegada de carbono do cimento composto (23%). Como o teor de clínquer varia entre os tipos de cimentos, a escolha do tipo de cimento usado na formulação do concreto dosado em central é uma decisão crucial para a pegada de carbono da estrutura. Assim, a escolha do fornecedor de concreto é importante.

Já, a pegada de carbono de uma estrutura que, além do concreto convencional, usou o concreto inovador variou de 124 a 324 t CO2eq.

Diagrama dos fatores com influência na variação da pegada de carbono da estrutura com concreto inovador

Neste cenário, a decisão mais crucial foi a escolha entre o concreto convencional e o concreto inovador (59%).

Apesar disso, os pesquisadores constataram que é possível construir uma estrutura com concreto convencional e desempenho ambiental equivalente à do concreto inovador, otimizando-se as demais decisões de engenharia.

Quer saber mais sobre os resultados dessa pesquisa? Acesse o artigo “Influência do projeto estrutural e da seleção dos materiais na pegada de carbono de uma estrutura de concreto armado” na edição 104 da Revista CONCRETO & Construções.

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