Um dos maiores desafios da geração da luz síncrotron é a estabilidade. O feixe de elétrons que permanece girando dentro do anel de armazenamento em velocidade próxima à da luz precisa manter sua velocidade e trajetória para gerar uma radiação capaz de penetrar as estruturas mais recônditas do mundo microscópico.
Esta estabilidade foi garantida por um conjunto de eletroímãs fixados em bases de concreto, com exigências dimensionais restritivas e com elevada rigidez capaz de mitigar a propagação de ressonâncias mecânicas.
Este foi o desafio singular e inédito imposto aos engenheiros brasileiros no projeto e construção do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – Sirius, uma moderna infraestrutura científica instalada no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais – CNPEM, em Campinas, São Paulo.
A área onde o prédio foi construído passou por diversos estudos de subsolo, análises e protótipos das fundações, pisos e estrutura.
As bases de fixação dos ímãs e dos equipamentos do LNLS são de concreto pré-fabricado, com alto módulo de elasticidade. O módulo de elasticidade é uma propriedade dos materiais que correlaciona a tensão aplicada e a deformação provocada num corpo de prova feito com determinado material. Quanto maior o módulo de elasticidade do concreto, maior deve ser a tensão aplicada sobre a peça de concreto para uma certa deformação.
No caso do concreto pré-fabricado usado nas bases, a dosagem buscou o empacotamento dos agregados miúdos e graúdos e a redução dos volumes de água e de pasta, o que propiciou obter um concreto autoadensável com módulo de elasticidade de aproximadamente 60 GPa e uma resistência à compressão acima de 100 MPa.
Já, a tolerância dimensional de 2 mm em todas as direções exigiu a montagem de fôrmas metálicas com alinhamento e planicidade verificados por laser scanner e a inspeção de todas as peças por meio de leitura tridimensional com laser track, controles desenvolvidos pelo indústria de pré-fabricados.
O projeto e construção do Sirius induziu nível inédito de qualidade e precisão em elementos pré-fabricados no Brasil, e foi oportunidade para se alcançar novo patamar de inovação tecnológica na indústria nacional da construção.
Quer conhecer como o concreto autoadensável pré-fabricado de alto módulo de elasticidade das bases do Sirius foi produzido e controlado? Leia o artigo Desafios da produção das bases pré-fabricadas em concreto de elevado módulo de elasticidade do acelerador Sirius – CNPEM, na edição 112 da Revista CONCRETO & Construções.
