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Estádio de Brasília conserva traços de modernidade

O Estádio de Futebol Mané Garrincha traz em suas linhas e volumes toda expressão da arquitetura moderna brasileira

Estádio de Brasília

Edificações contam histórias. Elas são objetos projetados para cumprir funções, mas que incorporam cultura e expressam valores sociais, econômicos e políticos. Elas se modificam com o tempo, refletindo os anseios da sociedade em permanente transformação.

Ainda assim, aquilo que permanece no patrimônio construído da cidade em seu constante processo de transformação é o passado que ainda experimentamos no presente. Neste aspecto, Brasília é um museu a céu aberto: nascida moderna, assim permanece, pois os processos de transformação da sociedade e que se refletem no patrimônio construído foram imobilizados pela outorga do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela UNESCO em 1987, bem como sua inscrição no Livro do Tombo Histórico do IPHAN em 1990.

Em Brasília, o concreto é o agente da modernidade, pois, por meio de suas qualidades de monoliticidade e moldabilidade, foi possível se inspirar na clareza estrutural combinada com a graça de suas formas nos projetos de Pier Luigi Nervi e Curt Siegel, nas décadas de 1950 e 1960, em vários países, para Oscar Niemeyer, ao lado do engenheiro Joaquim Cardozo, caracterizar sua arquitetura pela monumentalidade associada à expressão de leveza das estruturas dos palácios de Brasília.

Estádio Nacional de Brasília

O projeto de Niemeyer para o Centro Esportivo de Brasília previa um estádio de futebol e atletismo e dois estádios menores para esportes aquáticos, tênis, basquete e vôlei. Uma cobertura nervurada em formato de concha, composta por grandes arcos, abrigava uma ampla área, que poderia também ser utilizada para espetáculos.

Em 1970, Niemeyer altera o projeto do estádio, devido à sua preocupação com a proteção de todo o público pela cobertura. Mas, nenhum dos dois projetos de Niemeyer foi construído.

O projeto escolhido foi o do engenheiro-arquiteto Ícaro de Castro Mello, responsável por inúmeros conjuntos esportivos, como o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, em 1952, que, de certa forma, repetia a solução de forma-estrutura em concreto aparente usual da década de 1970, materializada em inúmeros estádios construídos no país.

A inauguração se deu em 1974.

Com a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014, o governo do Distrito Federal decidiu reformar o Estádio Mané Garrincha e o escritório Castro Mello Arquitetos foi o responsável pelo novo projeto.

Tal como a tipologia dos palácios de Brasília, a cobertura do novo estádio é plana, com estrutura de concreto em forma de anel de compressão de 22 metros de largura, a 46 metros de altura. E o peristilo é formado pelo conjunto de 288 pilares de seção circular de 1,50m e 1,20m de diâmetro, que suportam a cobertura e são dispostos ao longo do perímetro da edificação.

Estádio Mané Garrincha, em Brasília, depois da reforma

Quer saber mais?

Acesse o artigo “Da Concha ao Templo: o concreto como agente de cultura no Estádio de Brasília”, na edição 107 da Revista CONCRETO & Construções

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