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Reparo localizado em estruturas de concreto armado

A corrosão das armaduras pode progredir após o reparo localizado. Saiba que medidas tomar para isto não ocorrer.

componente de concreto com armadura deteriorada

Aproximadamente 50% das estruturas de concreto armado são reparadas dentro de 10 anos após a sua construção.

A forma mais comum de reparos dessas estruturas é o reparo localizado. No entanto, a corrosão das armaduras pode continuar a progredir mesmo após uma seção de concreto deteriorado ter sido removida e substituída por um novo material de reparo.

Esquema do reparo localizado em estrutura de concreto armado
Esquema do reparo localizado em estrutura de concreto armado

Este fato indica que um grande número de estruturas de concreto armado pode precisar de reparos repetidos ao longo de sua vida útil, devido à falta de rigor técnico na execução, incorreta especificação de materiais, economia nos sistemas de reparo, o que implica em custo significativo de manutenção.

Sendo assim, existe a necessidade de se adotar uma estratégia de reparo adequada para evitar o uso indevido de recursos naturais e contribuir com a sustentabilidade do concreto armado.

Reparo localizado

O reparo localizado consiste na substituição do concreto contaminado pela corrosão das armaduras por uma argamassa ou graute de reparo.

O procedimento é formado pelas etapas de retirada do concreto contaminado, limpeza da armadura, preparação da superfície do substrato e preenchimento com argamassa ou graute de reparo.

Sistema de reparo localizado
Esquema de um sistema de reparo localizado

Tem-se notado a ocorrência de corrosão na vizinhança do reparo pouco tempo depois de sua execução, mesmo nos casos em que a intervenção tenha sido realizada em estrita conformidade com as prescrições técnicas e normativas. Essa deterioração precoce em reparos localizados é denominada ânodo incipiente.

As causas do ânodo incipiente são atribuídas à incompatibilidade eletroquímica entre os materiais do substrato e do reparo, à fragilidade da zona de transição entre essas duas fases e à contaminação pré-existente no substrato.

Recomendações

Para se evitar o ânodo incipiente, deve-se buscar a compatibilidade dimensional entre o material de reparo e o substrato, alcançada por meio do controle da retração por secagem, módulo de elasticidade e coeficiente de expansão térmica do material de reparo, de modo que essas propriedades sejam compatíveis com a do substrato e, assim, seja obtida uma zona de transição menos frágil.

Outra medida é a colocação de ânodos de sacrifício (ânodos de zinco), que são conectados com arames de amarração ao vergalhão. Por ser mais eletronegativo do que o vergalhão, os ânodos galvânicos corroem no lugar das armaduras de aço, o que evita a falha prematura do reparo e prolonga a vida útil da estrutura reparada.

Esquema de reparo localizado com proteção catódica
Proteção catódica com ânodo de sacrifício

Proteger a superfície reparada com produtos que impeçam o ingresso de água e oxigênio no concreto é medida eficaz para desacelerar o processo de corrosão de armaduras instalado.

Por fim, a aplicação de inibidores de corrosão migratórios – aplicados na superfície do concreto armado na forma líquida e que atingem a superfície do aço migrando através do concreto por capilaridade e por difusão – aumenta a resiliência à corrosão de armaduras dos sistemas de concreto armado expostos à carbonatação e aos íons cloreto.

Quer saber mais? Acesse o artigo “Reparo localizado para estruturas de concreto armado: erros, acertos e reflexões“, na edição 106.

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