As estruturas de concreto podem, sob certas condições, sofrer deterioração com reações expansivas entre os componentes em seu interior. A reação álcali-agregado (RAA) foi detectada há mais de 70 anos, sendo uma reação química entre as sílicas reativas dos agregados e os álcalis do cimento, solúveis nos poros do concreto. A reação forma um gel, que, na presença de água, expande-se, provocando tensões internas nas peças de concreto, ocasionando sua fissuração.
Já, a etringita tardia ou secundária (DEF, do inglês Delay Etringgite Formation) veio a ser conhecida apenas na década de 1980. A etringita primária é um dos primeiros produtos decorrentes da hidratação do cimento, ou seja, a reação química entre o cimento e a água que leva ao endurecimento do concreto, sendo, portanto, normal no concreto fresco e sem causar problemas futuros. Porém, quando a temperatura do concreto nas primeiras idades supera valores da ordem de 60 a 70 graus Celsius, pode haver uma desestabilização desse produto e ocorrer o desencadeamento de uma nova reação expansiva, agora muito deletéria porque o concreto já está endurecido e vai fissurar.
Os cientistas têm estudado os fenômenos de reações expansivas no concreto e lançado mão de estratégias teóricas e práticas para estimar as origens, a extensão e a evolução da deterioração de peças de concreto afetadas pela RAA e DEF. Com isso, esperam encontrar soluções de engenharia para minimizar a expansão dessas reações e estender a durabilidade das estruturas de concreto.
Leandro Sanchez, professor da Universidade de Ottawa, no Canadá, palestrou aos inscritos no 62º Congresso Brasileiro do Concreto, evento técnico-científico do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), sobre as investigações que vem desenvolvendo com sua equipe em termos de ensaios de laboratório para diagnóstico das reações expansivas no concreto e de modelos matemáticos para previsão da evolução dessa expansão no tempo.
Saiba mais, lendo a cobertura da palestra na edição 99 da CONCRETO & Construções.